Monday, December 17, 2012

Minha peregrinação para a terra do Padre Cícero. [Mochilão #16]

Juazeiro do Norte - Ceará
A bem da verdade é que saí que nem louco pra esse mochilão. Não pesquisei nada e decidi meu destino nos acréscimos do segundo tempo. Como já disse aqui, fosse Nepal ou São José do Rio Pardo, tava valendo. No decorrer da viagem, depois que senti o ritmo das coisas, comecei a traçar alguns pontos. Se não fizesse isso, ia acabar em alguma tribo indígena no Amazonas, ou no Monte Roraíma, enfim. Indo pro norte do país, estabeleci que chegaria até Imperatriz, no Maranhão, e depois começaria a ir na transversal. Outro ponto estabelecido foi Juazeiro do Norte no Ceará pra depois começar a descida de volta pra Sampa. Também estabeleci que não visitaria capitais e nem cidades com mar. Essas capitais posso conhecer depois e ainda pretendo fazer uma viagem indo do litoral gaúcho até a Ilha de Marajó, no Pará. Depois de ter lido um livro chamado Cabras, fiquei morrendo de vontade de conhecer o Sertão Nordestino. Juazeiro do Norte é a capital do Sertão. Os relatos do livro me deixaram bem curioso sobre essa cidade e, apesar de não ter nenhuma religião, eu sou um observador das coisas e queria estar lá pra ver. Mas minha peregrinação começou bem antes de subir o Caminho do Horto sob o sol do meio dia (sim, fui bem burro e ingênuo) que me custou dois litros de água na subida de um pouco mais de 1 hora. Minha peregrinação começou quando depois de enfrentar a Sin City do Piauí, a cidade de Floriano, eu tive que esperar por longas horas o ônibus que me levaria pra Juazeiro do Norte, saindo da cidade de Picos. Eu desmaiei no ônibus de cansaço e minha fome estava em níveis preocupantes. Chegando na terra do Padre Cícero, eu quase dormi num dos bancos da rodoviária. Mas juntei forças e resolvi procurar algum lugar pra ficar. Encontrei um taxista bem bacana que me explicou várias coisas sobre essa terra e me levou para o hotel mais barato do centro, que segundo ele seria o melhor ponto de partida pra conhecer as coisas. Além de ter me levado, ele convenceu o recepcionista a fazer diárias por 25 pilas, ao invés de 35. Esse cara foi massa, pena que não o encontrei outras vezes por lá. Juazeiro do Norte tem um lance inexplicável no ar. O povo ama a cidade e Padre Cícero é o cara pra eles. Tudo gira em torno dessa figura e, farsa ou não, cativou todo um povo. Até Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto desse cabra e chegaram a se encontrar uma vez. Padim Ciço, como é mais frequentemente chamado pelos devotos, morreu em 20 de julho de 1934.

1 comment:

Bibian! said...

Acho q essa opção que fez de viajar pelo interior e nao litoral foi interessantíssima!
É fácil gostar de qqr lugar onde o mar é azul e o coco cai sozinho da palmeira. E a gente se deixa levar pela Natureza que foi tão bondosa com nosso NE que acaba nao prestando atenção em outras coisas também interessantes que existem em qqr lugar que vamos: as pessoas. O modo como elas vivem, no que acreditam, o ônibus que demora uma eternidaaade pra gente de SP que está acostumado a ter tudo na mão praticamente na hora.
Adorei sua escolha! E, por favor, não se esqueça de esmiuçar suas impressões sobre esses lugares e essas pessoas!
A gente aqui no facebook ou lendo o blog agradece!
=)