Friday, June 29, 2012

sinfonia da destruição


Tenho que ir ao banco resolver algumas questões financeiras. Posso usar a internet, mas mesmo tendo um anti-vírus que dizem ser bem eficaz, meu computador está com vírus. Tenho que andar, pensar, observar e chegar a algumas conclusões. Conclusões são como drogas, nos trazem paz por algum tempo. Saio de casa, olho para os dois lados para atravessar a rua. Um coração de motor passa a uns 70 km/h numa rua onde crianças brincam com cachorros e mulheres conversam sobre o cotidiano.

Esse produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias.

Lá se vai voluntariamente mais 9 mg de monóxido de carbono para dentro do meu pulmão, além daquela quantidade que respiro diariamente como pagamento de um progresso que financio para poder me deslocar confortavelmente dentro de meu Corsa Sedan ano 2003.

Há algum tempo tem sido discutida a questão da crise do petróleo. Como alternativa alguns países adotaram o biocombustível. Para atender à demanda de combustível necessária, muitos hectares de terra são usados na produção de produtos como o milho, a cana de açúcar – entre outros – em terras onde poderiam ser plantadas alimentos. Agora temos a crise dos alimentos. Neste momento estão reunidos os representantes dos oito países mais poderosos do mundo para discutir essa questão.

Agora estou na avenida; são mais uns 20 minutos de caminhada até o banco. Mais 9 mg de monóxido de carbono. A nicotina me causa um pouco de prazer. Fico levemente tonto e mais atento para atravessar a rua. Vou caminhando ao som de martelos quebrando paredes, carros, ônibus e motos. Desvio de uma escada que ocupa a calçada inteira, mas antes tenho que esperar a lotação passar pelo canto da rua, grudada na guia, onde estão paradas vidas que correm contra o tempo. A banca de jornal também obstrui o caminho. Nos jornais pendurados, a notícia de João Roberto, de 3 anos, que foi atingido por uma bala no Rio de Janeiro. A bala era da polícia que perseguia um Fiat Stilo na Tijuca. O Palio Weekend onde o menino estava com a mãe e o irmão levou 15 tiros.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze, quatorze, quinze tiros.

Mas a polícia estava perseguindo outro carro da Fiat, o Stilo.

João Beltrame, secretário da Segurança Pública do Rio disse que a ação policial foi desastrosa. Faltou treinamento, faltou raciocínio. Faltaram critério e preparo. Isso mesmo! Veja lá, está na capa do Diário de S. Paulo desta Terça-Feira, 8 de Julho de 2008.

De um lado o Estado, protegido por suas leis e sua segurança privada, a Polícia. De outro todos aqueles que vivem da ilegalidade. De que lado você está? Nenhum! Você está no meio, como eu. Você está no meio, a mercê de balas perdidas, de lotações assassinas e daquela pedra que pode cair na sua cabeça, só porque você achou que era mais seguro andar na calçada.

Você está no meio, ao som da sinfonia da destruição.

escrito em 8 de julho de 2008.

Friday, June 22, 2012

a idade da razão

um pequeno prólogo antes de falar sobre o livro. numa reunião que fiz com amigos em casa, alexandra me presenteou com essa obra. achei curioso, evelin havia falado sobre esse livro dias antes e juliana estava estudando sartre. achei a coincidência interessante e deixei de começar a ler on the road, de jack kerouac, para ler o livro em questão. a coincidência continuou quando, logo no começo da leitura, vi que o personagem principal (mathieu) tinha 34 anos: minha idade. aliás. motivo pelo qual a alexandra me deu o livro, meu aniversário, há pouco mais de um mês. prólogo feito, vale um resumo do pensamento de sartre, feito por ele mesmo, ao completar setenta anos: 

"para mim, o que vicia as relações entre as pessoas é que cada um conserva, na relação com o outro, alguma coisa de oculto, de secreto. penso que a transparência deve sempre substituir o segredo. e penso muito no dia em que dois homens não terão mais segredos entre si porque não mais os terão para ninguém, porque a vida subjetiva, assim como a objetiva, estará totalmente aberta".

é um pensamento compartilhado por mim. identifico-me com o autor. porém, em a idade da razão (1945) a transparência não substituiu o segredo. os personagens se sufocam, se torturam. e de uma maneira que me deixou desconfortável. o livro me irritou um pouco. foi uma leitura irritante, do começo ao fim. se ainda não atingi a idade da razão, espero atingi-la com mais poesia. 

"levei uma vida desdentada", pensou. "uma vida desdentada. nunca mordi; esperava, preservava-me para mais tarde - e acabo de perceber que não tenho mais dentes"

esse tipo de prosa, essa infeliz constatação tardia, não me pertence. bom, por ora.

Monday, June 18, 2012

ciclovias e ciclofaixas da zona lost. #58

encontro marcado. 8:30 da matina no final da ciclovia caminho verde, na estação de metrô tatuapé. de lá fomos pela ciclovia até o metrô artur alvim. um pulinho já estamos na ciclofaixa tiquatira. pedalamos até   a penha, descemos a gabriela mistral e pegamos a ciclovia várzeas do tietê da penha até o jardim helena. 62km. pronto pra umas canecas de chopp no bar do alemão com meu brother. dê uma olhada nesses dois blogs: 




Monday, June 11, 2012

#57 - parque chico mendes - explore zl


Chave-de-Boca: #57 - parque chico mendes - explore zl: o rolê #57 tinha sido programado para a quinta-feira de feriado. a chuva não deixou. mas essa turma não desanima. bora domingo? e assim f...

Wednesday, June 06, 2012

primeira bike

Chave-de-Boca: primeira bike: comecei a pedalar com essa bike. exatamente do jeito que ela está nessa foto. tinha trocado só o banco. essa foto foi tirada no parque ec...

Monday, June 04, 2012

chave-de-boca: #56 - tatuapé > pacaembu


Chave-de-Boca: #56 - tatuapé > pacaembu: aline, gerson, sandre, wendel, berg, aruana e tenório 56 rolês organizados pelo chave-de-boca até a data de hoje. não sei bem se organiz...