Friday, December 16, 2011

waiting like a stalking viper... [tool - undertow - 1993]

undertow é o primeiro álbum de estúdio do tool. lançado em '93 quando o grunge estava no seu clímax, esse álbum veio mostrar que o metal estava bem vivo e pode ser inteligente, intenso e poético. tool foi a descoberta dos últimos anos pra mim. esse álbum, por exemplo, só fui ouvir pela primeira vez em '07. onde ele estava esse tempo todo? o quarteto californiano conta com o polêmico maynard james keenan nos vocais, adam jones na guitarra, paul d'amour (substituído por justin chancellor) no baixo e o talentoso e agora cinquentão danny carey na bateria. poucos sabem, mas esse álbum foi muito influente pro rock californiano do início dos anos 90. quando lançado, abriu a porta pra muitas outras bandas e mostrou que a coisa não era só o grunge de seattle. pode ser considerado um dos álbuns mais polêmicos do tool. são 10 faixas de arranjos complexos, letras sedutoras, conteúdo provocativo. coisa de gente doida mesmo. arte!
o conteúdo do encarte fez com o álbum fosse removido de lojas como kmart e wal-mart. a banda reagiu lançando um outra versão mostrando um grande código de barra.
em algumas versões do álbum, quando a capinha preta que segura o cd é removida, tem uma imagem de uma vaca lambendo o que parece ser sua região genital. é óbvio que esse tipo de coisa seria censurada na cultura americana conservadora. em alguns outros países onde o álbum foi lançado a imagem aparece sem problemas na parte transparente de trás da capinha do cd. a imagem do porco acima também é mostrada em algumas versões. o porco, chamado moe, é do guitarrista adam jones, que é o responsável pela arte do cd. clique na imagem para ver melhor.

undertow track listing:
1. intolerance 
2. prison sex
3. sober
4. bottom (com participação de henry rollins)
5. crawl away
6. swamp song
7. undertow
8. 4º 
9. flood
10. disgustipated


outras postagens sobre o tool é só procurar pelo tag tool ao lado.

Tuesday, December 13, 2011

baú: cobain em cana

estou tirando várias coisas do baú. achei essa reportagem também, da mesma revista bizz de 93. aí vai.

Kurt Cobain pegou algumas horas de cana por dar uns tabefes em sua adorável (#not) esposa, Courtney Love. A barra dele ainda ficou mais suja porque a polícia de Seattle encontrou três armas e uma grande quantidade de munição em sua casa. Courtney defendeu o marido, dizendo que as marcas em seu braço e pescoço teriam sido provocados pelas cordas de sua guitarra. "Kurt e eu raramente brigamos. Ninguém poderia encontrar melhor marido. Ele é um verdadeiro feminista", declarou para a NME, dando um exemplo do modo com o qual as mulheres devem se portar nessa situação. Enquanto isso continua o bafafá sobre o novo disco do grupo. O produtor e rei do mau-humor Steve Albini diz que "a Geffen e os empresários da banda odiaram o disco, não acredito que ele venha a ser lançado." Cobain negou a boataria em carta à Newsweek, dizendo "temos controle total sobre nossa música". A Geffen confirma o lançamento do já polêmico álbum para o dia 18 de setembro. Deve se chamar In Utero.

aproveita que você chegou até aqui e leia:


I'm very ape and very nice... [Nirvana - In Utero - 1993]

Friday, December 09, 2011

baú: lollapalooza '93

mais uma do baú. uma revista bizz da época que a moeda ainda era CR$. essa edição fala sobre o lollapalooza de 93, quando o lolla ainda era um travelling festival por terras norte-americanas. na época dois palcos - main stage e side stage. no segundo, várias bandas desconhecidas (pelo menos pra mim) que nem vou citar. o tool (umas das minhas bandas favoritas) foi uma delas. já no main stage o lineup foi o seguinte e nessa ordem: rage against the machine, babes in toyland, front 242, arrested development, fishbone, dinosaur jr., alice in chains e primus. a matéria é longa e o moço da revista que foi até chicago conferir o festival traçou várias comparações com o do ano anterior, o de 92. também ensaiou uma resposta à pergunta "o big business devorou o submundo, ou o underground que virou um grande negócio?", mas não conseguiu responder. enfim, vou reproduzir aqui um trecho que ele comenta sobre as bandas e suas performances e você fica com um pouco de história desse festival que começou em 91.

Por André Barcinski.

o primeiro a subir no palco foi rage against the machine. São quatro caras de los angeles, metidos a ativistas políticos. nada contra, é de se admirar pessoas que levam política a sério. o problema é quando tentam dar lição de moral, como se todas as pessoas que não estão nem aí para o problema dos desdentados do sudão fossem uns idiotas. se o ratm se limitasse a detonar sua ótima mistura de heavy, industrialismo e rap, teria sido uma experiência memorável. mas não, a banda tem que mostrar a que veio, afinal na platéia estão os lindberghs farias da vida. "vamos nos unir e acabar com a miséria! vamos tirar nossas tropas da somália!", gritava o vocalista zach de la rocha, para uma platéia que achava que somália era uma doença contagiosa. 
como esperado, o panfletarismo deu certo e a galera delirou. como o nine inch nails e henry rollins, em 91, e o ministry, no ano passado, o rage against the machine foi o campeão do ano.
mas só para o resto do público. se eu tivesse que votar, seria babes in toyland na cabeça. o trio de meninas sofreu com o tamanho babilônico do palco, mas deu o recado com raiva. nota oito.
depois foi a vez da palhaçada do século, o front 242. até que eu respeitava os caras. nunca deu para curtir muito o som, mas o visual parecia cool, bem típico de cidades industrializadas da europa. mas deu uma louca nas figuras e eles subiram ao palco parecendo o village people, com uns shortinhos de chacrete enfiados no okotô e presença de palco aeróbica. me lembrou o verão vivo do luciano do valle, com um monte de musculosos dançando no palco e milhares de seres estupefatos em volta. pelo menos foi engraçado.
a banda seguinte, arrested development, agradou. o vocalista speech, entre um e outro discurso sobre união das raças e amor entre irmãos, soltou os hits tennessee e people everyday e a galera deixou cair. o bole-bole, o telecoteco e o balacobaco tomaram conta do lugar.
a alegria contagiante do show do arrested não se repetiu durante a apresentação do fishbone. apesar de sua música suingada, ideal para levantar a massa, o som embolado atrapalhou, e ninguém se ligou muito. o grupo bem que tentou incentivar, dando uns stage-dives acrobáticos, mas não adiantou.
agora, chato mesmo foi o dinosaur jr. a banda tem uma presença de palco digna do garoto da bolha de plástico e não fala um oi para a platéia. em um lugar menor tudo bem, mas no lollapalooza foi um desastre.
o alice in chains foi o oposto do dinosaur jr.: os caras estão acostumados a tocar em estádios e sabem comandar a massa. tocaram com competência e deixaram os metaleiros em êxtase. 
o final foi um cubo de gelo: o primus, inexplicavelmente escalado para fechar o festival (dizem que o alice in chains é que deveria fechar, mas não quis), fez um show que foi uma exibição inútil de virtuosismo. tudo bem, o baixista les claypool é realmente o rei da cocada preta, toca um instrumento de 45 cordas com a velocidade do speed racer, é uma brasa. mas lugar de fenômeno é no "acredite se quiser". no palco, eles tem que ser energéticos, tocar com vontade, sacudir o povão. e não fizeram nada disso. ainda tiveram a petulância de tocar um cover do ministry, "thieves", que deixou o baixista paul barker (por coincidência minha carona de volta à cidade) revoltado. ele ficou tão possesso que quis sair antes do bis. acho que não perdemos muito.

zzzzzz.

Monday, December 05, 2011

#38 - extremo leste - periferia zl

acompanhe. até a data de hoje, a cidade de são paulo está dividida em 31 subprefeituras, e estas em distritos, somando 96 subdivisões. temos feito bastante rolês pela região administrada pela subprefeitura de são miguel paulista, mas especificamente pelo distrito do jardim helena. além da estação da cptm jardim helena/vila mara, o distrito possui as estações itaim paulista (foto acima) e jardim romano. mas somente a parte norte dessas estações, pois a parte sul pertence ao distrito de itaim paulista. confuso, não? não bastasse a confusão, é senso comum dos moradores acharem que a parte do extremo leste do distrito do jardim helena, formada pelos bairros jardim romano, vila itaim e jardim aimoré, acharem que esses três bairros fazem parte do distrito de itaim paulista. acabou aí? não, os moradores da parte oeste do distrito do jardim helena, formada pelos bairros vila mara e parque paulistano, acham que os mesmos fazem parte do distrito de são miguel paulista. enfim, fato é que todos esses bairros tem uma coisa em comum: são margeados pelo rio tietê, bem onde o rio faz uma curva enorme, e quando chove, principalmente as chuvas de início de ano, são castigados pelas águas que invadem. são cenas surpreendentes. no jardim romano, por exemplo, há um trecho frequentemente referenciado como jardim pantanal, região de várzea do rio tietê, e todos devem se lembrar que no final de 2009 e começo de 2010 a região chegou a ficar 1 mês alagada.
sem saber explicar o motivo pelo qual eu acho a urbe fascinante, principalmente a zona leste, é muito natural que procure me informar sobre as coisas que acontecem nesses bairros. há muito tempo que queria conhecer mais a fundo a região, e os rolês de bike com os amigos tem feito essa busca mais interessante. pra quem se interessa, um bom jeito de começar a conhecer essa parte da zona leste é uma visita à capela dos índios, na praça padre aleixo monteiro mafra, ou como todos a conhecem, praça do forró. também tem a fazenda biacica, marco da colonização na região, além da companhia nitroquímica brasileira, empresa do grupo votorantim, que se estabeleceu lá em 1932 gerando uma forte migração, principalmente de nordestinos, e foi um fator fundamental para o "desenvolvimento" da região. bom, o rio tietê que o diga.