"amor líquido" é um amor "até segundo aviso", o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometeram ainda mais satisfação. o amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele.
isso foi escrito pelo filósofo zygmunt bauman no seu livro "felicidade líquida", nascido em 1925 e conhecido por suas análises sobre mundo moderno, pós-moderno, consumo, moral, liberdade e identidade. estava num daqueles papos existenciais com o hugo, um dia desses, e bauman caiu como uma luva. depois de anos, não deixando as pessoas escolherem por mim o que quero da vida, tentando pensar por mim mesmo, me encontro hoje "colhendo os frutos" dessas escolhas. a liberdade pode ser uma condenação. não me considero livre, isso seria muita pretensão e inocência. mas diz bauman que existem dois polos no mundo de hoje: o polo da segurança e o polo da liberdade. quanto mais nos aproximamos do polo da segurança, mais nostálgicos ficamos sobre aquelas coisas que nunca tivemos coragem de fazer na vida. quanto mais nos aproximamos do polo da liberdade, mais ansiosos sobre as escolhas que vamos fazendo. saca? diz ele também: o difícil e talvez a maior busca de todos é o equilíbrio desses dois polos. o tal do equilíbrio. difícil, não? mais um enigma para calvin e haroldo.
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