Ponte sobre o Rio Tocantins |
Antes que você pense que é síndrome de perseguição, deixa eu explicar. É que resolvi fazer um mochilão por alguns lugares do Brasil depois de uma tentativa frustrada de entrar no Paraguai. Acabou que esse negócio de "deixe a vida te levar" provou ser uma boa filosofia de vida. Não praguejei contra os deuses ou me entreguei a qualquer tipo de lamúria. Minha vontade era viajar e me desconectar de minha rotina por uma tempo, fosse isso no Nepal ou em São José do Rio Pardo. Viajar pela América do Sul era uma opção óbvia: bonito e barato. Mas resolvi pegar outros rumos e desde então algumas coisas me perseguem. A primeira de todas é o Cerrado. Não importa pra onde vá, o Cerrado está ali comigo. Ele se disfarça, mas tenho visto ele várias vezes na minha cola. Em alguns momentos percebi uma certa tristeza em seu olhar, muitos pastos para os bois, a tal da pecuária, e muita plantação de soja, a tal da agricultura. Como você deve saber, uma coisa está conectada à outra, afinal, os bois também comem, e boa parte dessa soja é pra eles. Mas em muitas ocasiões o vi feliz, e sua fisionomia mudou a minha. O Cerrado é um dos 6 biomas do Brasil. 97% de Goiás e 91% do Tocantins são ocupados pelo Cerrado. E cruzei esses dois Estados de Norte a Sul. Mesmo quando cheguei no norte do Tocantins e entrei no Maranhão por Imperatriz - que também é chamada de Portal da Amazônia - ali estava o Cerrado me perseguindo.
A segunda coisa que tem me perseguido é o tal do Rio Tocantins. Pouco tinha ouvido falar dele, ou não tinha dado muita atenção, mas o tal rio pegou carona comigo nessa viagem. O Rio Tocantins nasce no estado de Goiás, mas nessa parte ele estava me acompanhando de longe e eu não o percebi. Fui vê-lo pela primeira vez em Palmas, no Tocantins, onde pude desfrutar de seu frescor molhando meus pés em suas águas, na Praia da Graciosa. Na segunda vez que o vi, foi uma surpresa: passei por cima dele pra atravessar do Tocantins para o Maranhão, caindo na cidade de Estreito. Dali pra frente ele foi do meu lado até a cidade de Imperatriz, no Maranhão. Olha ele comigo na foto dessa postagem. Até água de coco tomamos juntos. E eis que agora, um pouco mais ao sul, no Parque Nacional da Chapada das Mesas, quem eu encontro? Pois bem, deixa eu ir lá bater um papo com ele e perguntar sobre Bernardo Sayão, outro que anda me perseguindo nesse mochilão pelo Brasil.
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