Rodoviária de Floriano - Piauí |
"Cidade de Floriano, quem tem coragem?" foi como o motorista figuraça do ônibus anunciou a primeira cidade do Piauí pra quem vem pela BR-230 saindo do Maranhão. Logo de cara sou abordado por dezenas de moto-taxis me oferendo uma carona, outros me oferecendo passagens com descontos para diversos lugares e depois de me desvencilhar de tais sujeitos, percebo que desembarquei na Sin City do Piauí. Você, Florianense, não fique chateado. Minhas impressões se referem aos arredores da rodoviária. Mas não diga que não é assim. É assim e eu vi com os meus próprios olhos. Floriano tem uma atmosfera bombástica. Além do som super alto vindo das barracas que ficam na calçada, bem de frente pra rodoviária, senti toda espécia de cheiros ao mesmo tempo. Se alguém riscasse um fósforo ali, era explosão na certa. Cada barraca tocando seu som, disputando em volume com cada carro estacionado. Eu nem sei o que estava tocando. Coloquei minha mochila no chão, ao lado de uma mesa, e pedi uma cerveja. Era aquela gritaria generalizada e não dava pra sacar se era conversa alta por conta do som alto, ou se era briga. Foi uma breja só e me mandei dali. Era caminhão atrás de caminhão passando na avenida e milhares - MILHARES - de motos. Do outro lado da rodoviária uma rua cheia de dormitórios. Quartos pequenos com banheiro coletivo, sem café da manhã por 25 pilas. Eu precisava muito me retirar e descansar. Meu ônibus pra Juazeiro do Norte passaria somente em 5 horas. Depois de um breve descanso, sem deixar de ouvir gemidos de gente transando e brigando nos quartos vizinhos, procurei um lugar pra tomar café da manhã. A procura foi em vão e preferi jejuar até alguma parada que o ônibus fizesse na estrada. Mas, para minha surpresa, o ônibus ia atrasar 3 horas. Não, não poderia mais ficar ali. Como não tinha comprado minha passagem ainda, arrumei um táxi que me levou até a cidade de Picos (2 horas de viagem) por somente 40 reais. Mas porque fui dividindo com duas senhoras que foram atrás. Mas mesmo assim, né? Você de São Paulo sabe que isso se gasta facilmente do Tatuapé até o Cangaíba. Em Picos, outra supresa. A rodoviária tinha almoço bom, lan house e ar-condicionado. Fiquei de careta com a diferença entre as duas cidades de quase mesmo tamanho. De lá segui minha peregrinação pra Juazeiro do Norte. Mas não antes de enfrentar mais horas de espera e sob um calor de 42 graus que estava me derretendo na sombra. Isso tudo pra conhecer a cidade de Padre Cícero, que te conto logo mais.
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