Wednesday, February 29, 2012

para os pedaleiros

procurando uns parceiros pra pedalar? dá uma olhada no blog do chave-de-boca. tem um rolezinho pra conhecer a ciclofaixa da zona norte nesse domingo. às vezes quem tá iniciando fica com receio de não aguentar e essas coisas mas aqui não é o caso. o rolê é bem suave, devagar, só pega uma subidinha boba já chegando na zona norte, mas é coisa pequena, qualquer coisa é só descer da bike como todo mundo faz quando começa a pedalar. segue o flyer pro rolê em questão. (mas continua descendo que tem mais).


dia 9 de março tem bicicletada que é sempre bacana. essa no caso é a bicicletada zona leste. a galerinha se encontra na praça silvio romero, uma papo jogado fora aqui, uma breja pra esquentar ali e uma pedalada sem destino fixo pelas ruas da zona leste. saiba mais sobre o movimento acessando o link.

e praqueles mais animados, já no dia 10, sábado à noite tem world naked bike ride, ou pedalada pelada como dizemos aqui. o movimento tem toda uma razão. veja o link também. uma coisa é: diversão na certa. 

Monday, February 27, 2012

a revolução dos bichos - george orwell (1945)

o título original em inglês é animal farm, em portugal é chamado de o porco triunfante, o triunfo dos porcos ou a quinta dos animais. considerado um dos melhores livros em língua inglesa. esse é daqueles que você lê numa sentada. por conta disso, foi um dos poucos livros que li mais de uma vez. no blog literatura fantástica tem uma crítica muito legal. muito mais do que uma condenação ao socialismo, como gostam de dizer, é uma critica à natureza essencialmente egoísta de nossa própria espécie.

veja também: nineteen eighty-four - george orwell (1948)

Sunday, February 26, 2012

teresa filósofa

era comum, e creio que ainda exista, casos de pessoas que escreviam livros e compartilhavam somente com amigos ou publicados clandestinamente com pseudônimos. a autoria, secreta, desse clássico da literatura erótica hoje é atribuída ao senhor jean baptiste de boyer, o marquês d'argens, nascido em 1704 e morto em 1771. o livro é divertído, com personagens cínicos e cheio de erotismo, como é de se esperar. thumbs up!

Friday, February 24, 2012

nineteen eighty-four - george orwell (1948)

se há uma verdade ela é: não julgue um livro pela capa. tempos atrás alguém falou desse livro, me emprestou e na estante ficou por anos. toda vez que pegava - exatamente essa capa ao lado - eu não tinha interesse nenhum em ler. isso mesmo, puro preconceito que já não tenho mais com capas de livros. o livro em questão, 1984, simplesmente foi um marco pra mim. à época, me revelou muitas coisas, mudou minha visão em relação ao mundo e minha vida, sem exageros. não sei se o leria novamente, acho que não. já tentei, em inglês, mas não foi. a coisa é que o mundo que te cerca é cheio de referências a essa obra-prima da literatura. não deixe de ler e se revolte também. um pouco de revolta não faz mal a ninguém. 

1984 retrata o cotidiano de um regime político totalitário e repressivo no ano homônimo. wilson smith, um homem com uma vida aparentemente insignificante, que recebe a tarefa de perpetuar a propaganda do regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo esteja sempre correto no que faz. smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e assim começa um rebelião contra o sistema. o romance fala sobre liberdade individual, sobre governos controlando e fiscalizando a vida dos cidadãos e apesar de ter sido escrito em 1948, é bem atual. muitos termos e conceitos do livro estão hoje em dia no vernáculo popular, como a palavra big brother.

Thursday, February 23, 2012

brave new world - aldous huxley (1932)

aproveitando o gancho do post anterior onde falei do brief candles, coloco aqui outro livro de huxley. li pela primeira vez em inglês, em tempos onde ainda engatinhava no estudo da língua, creio que era até uma versão adaptada. depois re-li em português. é um livro incrível. se literatura é a sua vibe, leia. eu mesmo estou pensando em ler novamente um original, em inglês, que parou em minhas mãos. segue a descrição tirada do wikipédia.

admirável mundo novo narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizadas por castas. a sociedade desse "futuro" criado por huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais aparentes chamada "soma". as crianças tem educação sexual desde os mais tenros anos da vida. o conceito de família também não existe. 

algumas referências ao livro em outras artes:

- a música admirável chip novo, da pitty, cita, de forma subjetiva, várias idéias contidas na obra de huxley.
- a música admirável gado novo, de zé ramalho, é obviamente um trocadilho com o nome do livro.
- o iron maiden tem uma música e um álbum com o nome do livro e traz na capa do álbum uma londres do futuro baseado na descrição de huxley.
- a banda strokes tem uma música chamada soma, que faz alusão à droga descrita no livro.

mais alguma referência que você conhece?

Wednesday, February 22, 2012

brief candles - aldous huxley (1930)

brief candles (fogo fátuo, em português) é de 1930 e consiste em quatro short stories. bem difícil encontrar em português, mesmo em sebos. então, se você tem uma boa leitura em inglês nem pense duas vezes. além, é claro, de ser bem melhor sem essas interferências de tradução. depois da leitura de o amor nos tempos do cólera de garcía márques, entrei numa fissura de ler outros livros dele. enquanto procuro o próximo vou postar aqui alguns livros que foram inesquecíveis de outras épocas de quando nem tinha esse blog. pra quem não sabe, huxley é o autor de brave new world (admirável mundo novo) do qual falarei em outra postagem. huxley também escreveu the doors of perception, onde relata suas experiências depois de ter usado mescalina durante uma tarde. foi daí que a banda the doors tirou seu nome. a arte influenciando a arte. já o nome do livro em questão foi tirado de macbeth, de shakespeare, que merece destaque:

"Out, out, brief candle! Life's but a walking shadow, a poor player that struts and frets his hour upon the stage and then is heard no more: it's a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing."

Tuesday, February 21, 2012

o amor nos tempos do cólera (1985)

"... e se assustou com a suspeita tardia de que é a vida, mais que morte, a que não tem limites".

um romance irresistível sobre o amor, a velhice e a morte. um dos melhores livros que já li. os personagens juvenal urbino, florentino ariza e fermina daza nunca serão esquecidos por mim. gabriel garcía márquez tem o domínio da palavra certa, um prodigioso talento narrativo e uma incrível capacidade da manter aceso o interesse e a emoção do leitor em meio a um emaranhado de histórias no qual corre o fio da narrativa fascinante de um amor que desabrocha quando nada mais se espera da vida.

Tuesday, February 14, 2012

o amor nos tempos do cólera [#2]

continuação de o amor nos tempos do cólera [#1]

antes uma observação: o desfecho ocorrerá somente na parte #3. isso se eu lembrar. porque quase esqueci de postar aqui a sequência abaixo. que preguiça. mas agora que começou, vai.

em tempo: se fosse compartilhar cada trecho que gosto desse livro, teria que digitá-lo todo aqui. é fascinante, mesmo.

bom, sem mais delongas, lá vai. sem imagens dessa vez.

Começou com a simplicidade da rotina. O doutor Juvenal Urbino tinha voltado ao quarto, nos tempos em que ainda tomava banho sem ajuda, e começou a se vestir sem acender a luz. Ela estava como sempre a essa hora em seu morno estado fetal, os olhos fechados, a respiração tênue, e aquele braço de dança sagrada sobre a cabeça. Mas estava meio desperta, como sempre, e ele estava sabendo. Depois de longos rumores de linhos engomados na escuridão, o doutor Urbino falou consigo mesmo:
- Faz uma semana que estou tomando banho sem sabonete - disse.
Então ela acabou de acordar, lembrou, e rolou de raiva contra o mundo, porque na verdade tinha esquecido de substituir o sabonete no banheiro. Tinha notado a falta três dias antes, quando já estava debaixo do chuveiro, e pensou em botar o sabonete depois, mas esqueceu o assunto até o dia seguinte. No terceiro dia tinha ocorrido o mesmo. Para dizer a verdade, não tinha se passado uma semana, como ele dizia para lhe agravar a culpa, e sim três dias imperdoáveis, e a fúria de ser apanhada em falta acabou de enraivecê-la. Como de costume, se defendeu atacando. 
- Pois tenho tomado banho todo o santo dia - gritou fora de si - e sempre tem havido sabonete.
Embora ele conhecesse de sobra seus métodos de guerra, desta vez não pôde suportá-los. Foi morar a um pretexto profissional qualquer nos quartos de internos do Hospital da Misericórdia, e só aparecia em casa para trocar de roupa ao entardecer antes das consultas a domicílio. Ela ia para a cozinha quando o ouvia chegar, fingindo qualquer afazer, e ali permanecia até escutar vindos da rua os passos dos cavalos do carro. Cada vez que procuraram resolver a discórdia nos três meses seguintes, só conseguiram atiçá-la. Ele não se dispunha a voltar enquanto ela não admitisse que não havia sabonete no banheiro, e ela não se dispunha a recebê-lo enquanto ele não reconhecesse ter mentido de propósito para atormentá-la. 

to be continued...

Thursday, February 09, 2012

o amor nos tempos do cólera [#1]

já digo de antemão, as palavras que seguem foram retiradas do livro ao lado. um trecho interessante onde gabriel garcía márquez descreve um acontecimento trivial da vida em comum que quase terminou com uma relação de meio século. a maneira de contar, o tom que ele dá aos personagens e todo o desfecho simples desse acontecimento é umas das várias possíveis respostas à pergunta "o que é arte". é também uma amostra do que os estudiosos da arte das letras chamam de realismo. estou escrevendo aqui como alguém que compartilha uma música. vou dividir em partes, pra evitar a fadiga.

Não havia ninguém mais elegante do que ela para dormir, com uma postura de dança e a mão sobre a testa, mas também não havia ninguém mais feroz quando lhe perturbavam a sensação de se crer adormecida quando já não estava. O doutor Urbino sabia que ela permanecia ligada ao menor ruído que ele fizesse, e que inclusive teria agradecido a ele, para ter em quem botar a culpa de acordá-la às cinco da manhã. Tanto era assim que nas poucas ocasiões em que tinha de tatear nas trevas por não encontrar os chinelos no lugar de sempre, ela dizia logo numa voz de quem está entre dois sonhos: "Você deixou os chinelos no banheiro ontem à noite." Em seguida, com a voz desperta de raiva, amaldiçoava:
- A pior desgraça desta casa é que não se pode dormir.
Então rolava na cama, acendia a luz sem a menor clemência para consigo mesma, feliz com sua primeira vitória do dia. No fundo era um jogo de ambos, mítico e perverso, mas por isso mesmo reconfortante: um dos muitos prazeres perigosos do amor doméstico. Mas foi por causa de um desses brinquedos triviais que os primeiros trinta anos de vida em comum estiveram a ponto de se acabar porque um certo dia faltou sabonete no banheiro.

(to be continued)

Wednesday, February 08, 2012

para mercedes, é claro.

o título dessa postagem é a dedicatória de gabriel garcía márquez em o amor nos tempos do cólera. esse é claro depois da vírgula tem uma força instigante incrível. uma palavra simples mas usada no momento certo, no lugar certo. isso é a arte das letras. nunca tinha lido nada de gabriel garcía márquez e estou boquiaberto com a capacidade de contar uma história que esse cara tem. el amor en los tiempos del cólera, título original em espanhol, fascinante!

Monday, February 06, 2012

e aí seus maloqueiros, vamos? 1 ano de chave-de-boca

pneu slick 1.5 pra render mais no asfalto, pedivela e pedal novo, trocador de marcha mais eficiente. agora só falta arrumar uns loucos pra andar de bike comigo. foi assim que decidi postar essa foto no facebook e marcar alguns amigos que já andavam de bike pra fazer um rolê legal. o dilei já pedalava e tentava me convencer a investir uma grana legal (leia-se mais de 2 mil reais) e montar uma speed pra sair nos rolês com ele. mas eu não tinha a grana legal e acho que nem gastaria isso numa bike. já tinha essa que havia comprado da irmã do hugo por 100 pilas, que diga-se de passagem, foi convencida a me vender por esse preço depois de muita barganha de minha parte. não foi fácil, mas um dia cheguei com as duas notas de 50 e o cheiro da grana num momento de fraqueza e vacas magras me ajudaram na empreitada. demorou cerca de 1 ano pra eu dar um upgrade na bike, mas assim que resolvi me mover, fui dar uma volta no parque ecológico do tietê e tirei essa foto aí de cima. além do dilei, foram marcados na foto mais outros amigos, de diferentes lugares. ricardo, felipe ometto, jair, dan e leon. aí é aquela história, um que lembra de outro e a massa foi engrossando. hugo, priscila, waltiér e ivan. e foi assim que saímos todos às 10 da noite de uma sexta-feira rumo ao centro de são paulo. o resto é história conhecida no grupo. meu pedal saiu da pedivela, ninguém tinha uma chave-de-boca e taí o porquê do nome do grupo. a coisa é que eu nem imaginava que isso ia dar em quase 40 rolês naquele ano. e muito menos imaginava que quase todos seriam feitos de domingo de manhã. confesso, até hoje isso pra mim é difícil. mas vamos lá. pedalar é revigorante. cura a ressaca. mas isso não tem nenhuma embasamento científico. não vá por mim. mas fato é que me ensinou a beber menos, pelo menos aos sábados. hábitos não tão saudáveis a parte, nesse último ano minha resistência física aumentou e através da bike conheci inúmeras outras pessoas. seria injusto em não falar que o grande responsável pelo sucesso dessa brincadeira é o meu grande amigo marcos. ele que organiza, que manda email pra todos, que mantém o blog atualizado. sem o marcos nessa história e seu grande senso se organização e boa relação com os outros o chave-de-boca teria sido somente uma brincadeira de verão. sem esquecer os inúmeros outros que vieram nesse tempo e que conferem ao grupo uma dinâmica muito legal. adriana, patrícia, érika, riberto, janaína, gigi, paulinho, rui, cabelo, gerson e por aí vai. e eu continuo seguindo como comecei: e aí seus maloqueiros, vamos?
noite quente. aniversário de 1 ano do chave-de-boca.

Friday, February 03, 2012

um rolê e um nome

1 ano atrás alguns amigos e eu saímos num rolê noturno de bike partindo do metrô vila matilde em direção ao centro de são paulo. alguns já estavam pedalando, outros voltaram a pedalar exatamente naquele dia depois de anos sem montar na magrela. saí pedalando do danfer com o hugo, ivan e dan. quer dizer, o dan teve que ficar porque seu pneu furou bem na porta da minha casa. não tínhamos o que fazer, estávamos totalmente despreparados e ele acabou desistindo. encontramos com o resto da turma na passarela do metrô vila matilde. ometto, dilei, waltiér, jay, leon, ricka e pri. no caminho, na região do brás meu pedal saiu da pedivela e para surpresa de todos, ninguém tinha uma chave-de-boca. seguimos ao nosso destino, comemos um lanche no estadão no centro de são paulo. o batismo veio no dia seguinte quando jay sugeriou o nome chave-de-boca. a brincadeira faz 1 ano amanhã e no flyer tosco (costume do grupo) segue as informações do rolê de aniversário. go, go.

Wednesday, February 01, 2012

o jardim de cimento - ian mcewan [1978]

mais um livro da pilha dos livros que não ia ler. acabei pegando e fui até o final. não conhecia o escritor ian mcewan e a leitura de o jardim de cimento não me instigou a procurar outros livros dele. o título original é the cement garden, e se você lê em inglês acho que vale a pena tentar. esse entra no esquema escambo de livros, topo uma troca. segue a descrição:

Já neste seu primeiro romance, Ian McEwan revelava as características que o confirmariam como um dos maiores escritores ingleses de sua geração: o domínio técnico, a linguagem seca, narrativa de forte apelo visual, guinadas surpreendentes. Mesclando elementos da tradição gótica inglesa a um enredo sem qualquer tipo de devaneio lírico, o autor constrói uma experiência literária áspera e visceral: após a morte dos pais, quatro crianças encerram-se no minúsculo mundo do lar, entregando-se a todo tipo de sensações e descobertas bizarras. Com o tempo, passam a mimetizar os papéis dos adultos ausentes, criando uma nova estrutura familiar que desaba quando a irmã mais velha leva um estranho ao núcleo fraterno. É só o começo de um inferno existencial para o qual não haverá saída.