Recentemente a Vila Cruzeiro foi palco da maior operação policial realizada no Rio de Janeiro contra o tráfico de drogas. Essa foi minha quarta visita ao Rio, e depois de ter visitado os principais pontos turísticos da zona sul resolvi dar um passeio pela zona norte, mais precisamente na Vila Cruzeiro, e quem me acompanhou nessa empreitada foi meu brother Hugo. A primeira dificuldade foi saber como chegar lá partindo do hostel onde ficamos no bairro do Catete, região central da cidade. Depois de muito perguntar descobrimos uma conexão metrô-ônibus, indo de metrô até Nova América/Del Castilho e depois pegando o circular 313 - que passa no meio do Complexo do Alemão - até a Vila Cruzeiro (cerca de 1 hora o trajeto todo). O motorista do ônibus foi muito gente fina, nos dando alguns toques e indicando o melhor lugar pra descermos. A idéia inicial era procurar a associação de moradores e pedir informações, mas não estava aberta por ser o último dia do ano.
Assim que descemos não tínhamos idéia para onde iríamos. Começamos caminhando por ruas mais largas e com mais comércio. Pedimos informações, conversamos com algumas pessoas e paramos para tomar uma cerveja. Ainda não sabíamos se subiríamos o morro. Primeiro uma cerveja e um refri pra aliviar o calor. O que nos dava um certo receio era pegar a câmera e tirar fotos. Mesmo não havendo mais traficantes e com o exército nas ruas ainda está tudo muito recente e há uma certo clima do tipo o que vai rolar daqui pra frente?
Depois da breja retomamos a caminhada passando pelo campo de futebol do Ordem e Progresso de onde surgiu o jogador
Adriano Leite Ribeiro. De lá pra frente a questão era subir o morro ou voltar. Numa viela à esquerda avistamos um escadão com um grafite lindo, não resisti. Perguntando a um morador ele informou que o grafite tinha sido feito por uns gringos. Mais tarde, pela internet, descobri que foi feito por dois holandeses que fazem parte de um projeto chamado
Favela Painting.
No final do escadão chega-se ao ponto mais alto do morro. Havia uma casa com dois soldados do exército na frente, creio que por ser um ponto estratégico de observação. De lá, vista maravilhosa da Igreja da Penha.
A descida foi pelo outro lado e surpresa quando passamos exatamente por aquele local onde a televisão mostrou os tanques de guerra derrubando as barricadas feitas pelos traficantes. E mais soldados do exército.
Depois da Vila Cruzeiro partimos para a Igreja da Penha. Mais no próximo post.
Câmeras: Canon EOS Digital Rebel XTi / Celular Sony Ericsson W380a
Veja também:
Favela Painting